outubro 29, 2007

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

(O mundo é um moinho - Cartola, interpretada por Cazuza)

setembro 25, 2007

Sobre histórias da carochinha...

Como se não bastasse o tal do Eduardo Bueno aparecendo todos os domingos no Fantástico, no quadro É Muita História – que merecia o complemento da Carochinha no final – para falar merdas históricas tiradas da cabecinha de achismos dele, ontem no Programa do foi entrevistado o jornalista Laurentino Gomes, autor do livro 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, sobre a transferência da Corte lusa para o Brasil quando das invasões napoleônicas a Portugal.

Aqui segue um apelo, de coração:


JORNALISTAS, FAÇAM O SEU TRABALHO E DEIXEM A HISTÓRIA PARA OS HISTORIADORES.

Não entendo esse afã de certos jornalistas escreverem sobre História, quando eles propagam besteiras e achismos. O livro desse camarada aí – 1808 – nada mais é do que o resultado da leitura de várias obras de historiadores sérios com uma belíssima (¬¬) conclusão baseada em suas opiniões pessoais, que propagam mitos do senso comum, como de um D. João bobão. Isso não é História. Não é assim que se produz o conhecimento histórico. O historiador não passa seu tempo lendo o que os outros disseram para fazer resumos.

História requer metodologia, teoria, documentação (seja ela de que tipo for). Requer também leitura do que os outros escreveram, mas para que o historiador se contextualize, saiba o que foi produzido a respeito de sua pesquisa, para que tome rumos. Mas o resultado final não é – ou, em tese, não deveria ser – um resumão do que já foi escrito. Claro que a conclusão de um historiador sobre determinado assunto pode ser diferente de um outro historiador que trata do mesmo tema. Mas essas visões costumam ter bases sólidas, em linhas que um ou outro seguiu.

Nenhum outro período da História brasileira foi tão importante quanto esses treze anos em que a Corte esteve no Brasil. Aliás, o Brasil só existe hoje como nós o conhecemos porque D. João veio para cá. Porque senão, o Brasil não existiria." (auge da matéria com o autor de 1808)

Vejamos... Começamos a contar a atuação portuguesa na América a partir de 1500. D. João chega ao Brasil em 1808. Tá... E o que fazemos com os 308 de História antes da chegada de D. João? Não contaram para o que nós somos hoje? Foi D. João que trouxe influências indígenas, africanas, judaicas etc. em sua comitiva? Foi ele que juntou essas influências com a cultura européia e criou uma outra coisa que temos hoje? Quer dizer que somos o que somos hoje por causa da transferência da Corte para o Brasil? Quer dizer então que se D. João não viesse para o Brasil não existiríamos? É isso? De verdade?


Ou seria essa uma maneira de dizer que, com a vinda da Corte para o Brasil, estávamos necessariamente predestinados à Independência? O nome disso é anacronismo. É pensar o ontem com a cabeça de hoje. É racionar o passado ou um objeto histórico qualquer com os conhecimentos de temos do que acontece depois desse fato. E esse é o maior pecado que existe na produção e pensamento histórico.

Além dessa, várias outras abobrinhas foram ditas no curtíssimo – graças a Deus! – espaço de tempo que durou a entrevista. Infelizmente este livro está em 5º lugar em vendas. Mais uma obra consolidando anacronismos, achismos e uma pretensa verdade histórica.


Não, não estou defendendo ou sugerindo que a gente tem que ter uma sociedade de historiadores, mas sim, que, por favor, os jornalistas façam o seu trabalho e deixem a produção do conhecimento histórico para quem tem condições de o fazer.
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Muita pretensão, né!

setembro 20, 2007

"When I couldn't fly you gave me wings"


Há algum tempo venho querendo fazer um post especial, mas não encontrava as palavras. Daí dias desses, não sei por que cargas d'água, pensando em músicas velhas, me lembrei de uma do Bon Jovi que parece descrever perfeitamente o que sinto.

E talvez essas palavras caiam melhor ainda em uma semana de tanta compreensão, dedicação e carinho.

Bem, o cenário do vídeo é Roma. Não sei ao certo o quanto, mas pelo mapa parece perto da Toscana. Quem sabe a gente não dá uma esticada por Roma em nossa viagem? =)


Quanto à música em si, a versão do vídeo não é a completa -- que é a mais bela -- mas não deixa de expressar o que sinto.

Amo você!!!

Thank you for loving me
(Bon Jovi)

It's hard for me to say the things
I wanna say sometimes
There's no one here but you and me
And that broken old street light
Lock the doors
We'll leave the world outside
All I've got to give to you
Are these five words when I

Thank you for loving me
For being my eyes
When I couldn't see
For parting my lips
When I couldn't breathe
Thank you for loving me
Thank you for loving me

I never knew I had a dream
Until that dream was you
When I look into your eyes
The sky's a different blue
Cross my heart
I wear no disguise
If I tried, you'd make believe
That you believed my lies

Thank you for loving me
For being my eyes
When I couldn't see
For parting my lips
When I couldn't breathe
Thank you for loving me

You pick me up when I fall down
You ring the bell before they count me out
If I was drowning you would part the sea
And risk your own life to rescue me

Lock the doors
We'll leave the world outside
All I've got to give to you
Are these five words when I

Thank you for loving me
For being my eyes
When I couldn't see
You parted my lips
When I couldn't breathe
Thank you for loving me

When I couldn't fly
Oh, you gave me wings

You parted my lips
When I couldn't breathe
Thank you for loving me

setembro 18, 2007

Sobre coisas d'África, Bahia, Rio de Janeiro e Brasil


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Omulu

Omulu, também chamado de Obaluaiê, é o mais temido dos Orixás, pois comanda as doenças e a saúde, em suas mãos estão a enfermidade e a cura. Ei-lo no terreiro revestido de palha, rosto e corpo escondidos, para não exibir as chagas da lepra e da bexiga negra, coberto de coceiras, de mazelas, torto e aleijado. São Lázaro e São Roque. Atotô, meu Pai, dá-nos saúde, livrai-nos do mal! Seu dia é segunda-feira, as contas podem ser vermelhas e pretas ou pretas e brancas. Quando a palha de sua roupa é roxa, Omulu é Chapanan, terrível, amedrontador. Usa filá (capuz), xaxará e colares de búzios. Os xaxarás em geral são belíssimos, alguns de autoria de mestre Didi. Omulu come bode, galo, pipocas e aberém: massa de milho branco frita na folha da bananeira. Distribui as doenças e a saúde. Quando ele passa dançando no terreiro, vai recolhendo as enfermidades de seus filhos, carrega com elas, deixa os corpos limpos e sãos.

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Xangô

Xangô é um dos orixás mais poderosos, deus do raio, do fogo, do trovão. Foi o terceiro rei de Oyó. Seus símbolos são a pedra do raio e o oxé – machado duplo. Cores: vermelho e branco [na Bahia; no Rio de Janeiro, sua cor é marrom], roupas e contas. Cágado é sua comida preferida, juntamente com amalá (caruru). Toda quarta-feira, seu dia, come amalá. Gosta também de carneiro e galo. Sua dança é poderosa, dança de rei. Sua saudação: Kauô Kabiesile! Foi marido de três mulheres: Obá, Oxum e Yansã. Governava aconselhado por doze ministros, os doze obas, seis da direita, com voz e voto, seis da esquerda, com voz apenas. No candomblé do Axé do Opô Afonjá é conservada a tradição dos obás de Xangô. Entre esses obás estão Carybé, Dorival Caymmi, Genaro de Carvalho, Miguel Santana, Camafeu de Oxossi e o autor destas linhas [, Jorge Amado]. Há doze qualidades de Xangô entre as quais Afonjá, Ogodô, Ayrá, Aganju, Lubé, Ibaru. Ayrá veste branco. Ogodô dança com dois oxés, um em cada mão. Xangô figura entre os orixás mais populares.

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Yansã

Yansã é conhecida também por Oyá e quando é Oyá Bali comanda os eguns, dona dos mortos. É o orixá dos ventos e das tempestades. Corajosa guerreira, acompanhou seu marido Xangô na guerra. Foi sua terceira mulher. Divindade do rio Niger, mandona, sensual e inflexível. No sincretismo baiano [e também no carioca] é Santa Bárbara e tem um mercado com seu nome na Baixa dos Sapateiros. Contas roxas, roupas vermelhas [; no Rio de Janeiro, sua cor é o amarelo ouro]. Usa espada e oruexim feito de rabo de boi. Come cabra, galo, acarajé, não come abóbora, tem quizila. Saudação: Eparrei! A mais velha das Yansãs camada Oyá Ibejé.

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(Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e mistérios - Jorge Amado)
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Apenas para ilustrar, uma das mais lindas passagens de Jorge Amado em Dona Flor e seus dois maridos:

Ah[, Flor]! Tu me mandaste embora, de volta me mandaste, não tenho outro jeito senão partir. Minha fôrça é teu desejo, meu corpo é teu anseio, minha vida é teu querer, se não me queres eu não sou. Adeus, Flor, já vou embora, estão me amarrando com um mokan e se acabou.
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A cidade se elevou nos ares e os relógios marcaram, ao mesmo tempo, meio-dia e meia-noite na guerra dos santos: todos os orixás para enfrentar Vadinho, egun rebelde e seu carrêgo de amor, e Exu sòzinho a defendê-lo. O raio e o trovão, a tempestade, o aço conta o aço e um sangue negro. Deu-se o encontro na encruzilhada do último caminho, nos limites do nada.

... Rei da guerra, Xangô cercado de obás e ogans, na côrte em esplendor, disparando raios e coriscos. (...) Omulu, com seu espantoso exército, comandando a bexiga negra e a lepra de milênios, o escarro podre e o pus, tôdas as doenças. Vadinho, tísico e pestilento, cego e surdo. Exu mastigou as doenças, uma a uma, curandeiro de tribos africanas.

Empunhando o paxorô de prata, lança invencível. Oxalá era dois: o môço Oxaguiã e o velho Oxalufã. Ao seu passo de dança todos se curvavam. Precedendo-o vinha Yansã, a que governa os mortos, mãe da guerra. Seu grito emudeceu o povo e, como um punhal, rasgou o coração exposto de Vadinho.

Juntos vieram em formação cerrada, com suas armas, suas ferramentas, sua lei antiga. Achando pouco serem tantos, convidaram os orixás da nação grunci e os de angola, os inkices congoleses e os caboclos. Todas as nações, do sul ao norte, contra Exu e seu egun. Partiram para o choque derradeiro.
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Quem comandou a revolta foi o Cão e às vinte e duas horas e trinta e seis minutos ruíram a ordem e a tradição feudal. Da moral vigente só restavam os cacos, logo recolhidos ao Museu.

Mas o grito de Yansã susteve os homens no pavor da morte. De Vadinho, sem mãos, sem pés, sem estrovenga, sobrava muito pouco: quase nada, coisa à-toa. Era o fim de Vadinho e de seu carrêgo de desejo. Onde já se viu finado em leito de ferro a vadiar, de nôvo sendo? Onde?

Deu revertério na batalha. Exu sem fôrças, cercado pelos sete cantos, sem caminhos. O egun em seu caixão barato, em sua cova rasa, adeus, Vadinho, adeus, até jamais.

Foi quando uma figura atravessou os ares, e, rompendo os caminhos mais fechados, venceu a distância e a hipocrisia – um pensamento livre de qualquer peia: dona Flor, nuinha em pêlo. Seu ai de amor cobriu o grito de morte de Yansã. Na hora derradeira, quando Exu já rolava pelo monte e um poeta compunha o epitáfio de Vadinho.

Uma fogueira se acendeu na terra e o povo queimou o tempo da mentira.
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(Dona Flor e seus dois maridos - Jorge Amado)

setembro 12, 2007

Que [porra de] país é esse?


Sinceramente não sei o que dizer.
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Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que pais é este?
Que pais é este?
Que pais é este?

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que pais é este?
Que pais é este?
Que pais é este?
Que pais é este?

Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão

Que pais é este?
Que pais é este?
Que pais é este?
Que pais é este?
(Que país é este - Legião Urbana)

setembro 11, 2007

Amado amigo Jorge,

depois de tanto tempo, além da saudade, a incredulidade me leva a escrevê-lo novamente. Pois não sabe que conheci mais uma filha sua? Mas, longe do recato e da pudicícia de minha grande amiga Flor, Antonieta é fogosa, descarada. Amabilíssima como Flor, mas descarada.

Conheci em sua vinda para o Rio de Janeiro. Ela me contou que começou a vida na Bahia, mas que não parecia promissor. Digo ao amigo que Antonieta refestelou-se por aqui. Mas foi logo para São Paulo. Não quis ir para o calçadão como uma amiga sua. Bebel o nome da moça, se não estou enganado. Tive notícias de que em São Paulo também comeu e lambeu os beiços. Dizem por aí que é uma porreta para os prazeres do corpo. Como eu soube ao certo? Ah, isso não posso contar. É segredo. E sei que o amigo, como o bom amigo que é, não se zangará comigo.

É verdade que ela voltou à Bahia? Aliás, mudando de assunto, não é por essas épocas que Tieta faz anos? Pois diga a ela que a desejo tudo de melhor que haja nesse mundo e que ela, possa encontrar a felicidade e constantes realizações, seja no Rio, em São Paulo, na Bahia ou em qualquer lugar. Porque ela é uma pessoa maravilhosa e merece! Com força!

Bem, amigo Jorge, vou encerrando por aqui. Mande lembranças a Flor, Vadinho e Teodoro. Por falar nele, como vão seus ensaios com o fagote? E, por favor, não se esqueça de passar à Tieta meus parabéns. Lembre a ela que venha ao Rio quando quiser – e que não se demore para isso! --, pois as portas daqui de casa estão sempre abertas a amigos tão queridos.

Um grande abraço,
do seu amigo Leandro!


PS: Alguns amigos também conheceram Antonieta e se encantaram com ela. Mindu, Jovem Aventureiro e Râzi. Bente boníssima de Rio e São Paulo. Escreveram sobre ela. Qualquer dia desses envio suas impressões ao amigo.

setembro 10, 2007

Sobre dias primaveris

Aprendi a apreciar as diferenças e particularidades de cada uma das estações do ano não há muito tempo. Para ser bem exato, foi observando as mudanças na paisagem do Aterro do Flamengo em minhas idas e vindas da universidade. Antes disso, passei todo o tempo acreditando que estações do ano bem definidas era característico apenas no Hemisfério Norte. Acabei percebendo que isso é bobagem, e pra comprovar, basta prestar atenção.

Acho que depois disso acabei aprendendo a não ter rigidamente uma estação do ano favorita. Adoro o verão e o seu calor abrasivo destas paragens dos Trópicos, da alegria das pessoas, dos sorrisos, dos dias longos. Gosto do outono e de sua [certa] melancolia. Da sua graça discreta, do seu céu magenta-púrpura-alaranjado ao pôr-do-Sol. Gosto do inverno e da sua elegância e das noites de cobertor.

E gosto -- e este post é para ela -- da primavera, da sua alegria em flor, das suas cores. Dos jardins e dos verdes que parecem mais verdes. Aliás, todas as cores parecem mais vivas na primavera, que já começa a dar o ar de sua graça por aqui.

Pois bem... Deixo então algumas fotos que tirei por aqui, na Tijuca, e do meu hibisco.




Marquês da Tijuca

Marquês da Tijuca

Uma ótima semana a todos!

setembro 04, 2007

Sobre estar do outro lado ou De volta da Terra do Nunca



“Oh, Peter, eu tenho que crescer.”
(Wendy)


Quando estamos no colégio, estar com um professor, conversar com ele é algo que nos dá certo prazer. Às vezes o cara é um mala, mas não é isso o que importa. O importante é que ele saiba que você existe e que está ali se dispondo a dar parte da atenção dele a você. Claro que isso não chega a ser um mecanismo de enobrecimento (!) dentro das escolas, mas, pelo que andei observando, até mesmo aqueles alunos que, no auge de sua rebeldia-sem-causa-contra-tudo-e-todos-da-adolescência, gostam de parecer indiferentes a tudo o que os rodeia sentem um certo prazer em estar ali com o professor. Dá pra ver no rosto, no comportamento. E os estágios que tenho feito em colégios têm me ajudado a reparar muito nessas coisas.

Não, isso não é nenhum tópico da ficha de estágio que eu tenho que preencher, nem entra no relatório final. Mas é que eu sempre fui um reparador. Gosto de observar. No final, muitas vezes, acabamos por enxergar coisas que muitos não reparam.

E hoje tive uma experiência bem interessante. Na hora do recreio fui com o professor de História do colégio para a Sala dos Professores e acabei num bate-papo bem descontraído com ele. Logo depois, duas alunas apareceram na Sala e entraram na conversa. Depois ainda mais dois professores da casa se juntaram a nós. E no final das contas, eu me vi sentado em uma mesa batendo-papo com três sujeitos que há quatro anos atrás foram meus professores. Mas o que me deixou mais pensativo nesta conversa foi eu estar do lado deles, e não mais do lado dos alunos. Ao contrário, as meninas ouviam quase que hipnotizadas sobre o mágico dia-a-dia da universidade. E ouviam isso não só daqueles professores, mas também de mim. E me ouviam. E prestavam atenção. E aqueles sujeitos que foram outrora meus professores, em termos de experiências acadêmicas, conversavam comigo naturalmente, como um igual.

Sabe... naquele momento me dei conta de maneira mais profunda, quase fisicamente palpável, das mudanças que vinham acontecendo nos últimos quatro anos. Pensei sobre como um espaço de tempo tão curto pode nos mudar tanto. E não estou falando necessariamente de amadurecimento, não. Não que eu não acredite que eu não tenha amadurecido neste meio-tempo. Mas esse papo de falar da passagem do tempo e se vangloriar de amadurecimentos como se fosse a pessoa mais experiente e madura do mundo, é meio -- por assim dizer -- inconveniente.

O que pensei foi que, nesse curtíssimo espaço de tempo, coisas que eu acreditava, que eu jurava que jamais mudariam em mim se foram. Os recreios viraram intervalos. E eles trouxeram uma série de outras novidades consigo. Pensava que sempre entenderia certas situações, e hoje em dia, por exemplo, tenho que parar e me esforçar para ter o mínimo de tolerância com certos dramas de adolescentes (muitas vezes dramas no sentido teatral da palavra mesmo). Há algum tempo atrás meus pais diziam fazer coisas por mim que um dia eu entenderia. Que era pro meu bem. No final das contas, hoje eu já os entendo. Talvez em muitos casos eu tivesse feito o mesmo que eles. Acho que no final temos em nós mais dos nossos pais do que imaginamos.

Bem, talvez isso seja uma tomada de consciência sistemática de algo que venho percebendo aos poucos, de que a Terra do Nunca não dura para sempre e de que o tempo passa, inclusive para nós mesmos. E de como nem sempre é tão óbvio que o objeto observado, se não muda, pode parecer bem diferente dependendo do ponto de observação em que estamos.

Bem, talvez esse estágio esteja sendo bem mais útil do que simplesmente cumprir uma exigência burocrática do MEC.

"Muito você vai gostar
Quando se sentir levar
Lindos castelinhos no ar
Estrelinhas a brilhar
Você vai encontrar"

agosto 22, 2007

Sobre passeios de barca com amigos e gostosos finais de semana



Neste final de semana a Guanabara amanheceu mais alegre e colorida. Pudera: Receber amigos em casa é das maiores delícias!

Entre um passeio de barca pela Baía da Guanabara e uma volta de bondinho por sobre os Arcos da Lapa e por Santa Teresa, maravilhas como vista panorâmica da cidade lá do Parque das Ruínas, Jardim Botânico, Lagoa, Arpoador e Lapa serviram de cenário a esse encontro. Ah! E Mangue Seco, é claro! Na verdade, não necessariamente nesta ordem. O passeio pela Baía não foi o primeiro nem a visita a Santa Teresa foi o último, mas eu não queria perder a construção da frase. Pareceu bonita quando pensei! =D




Mas não vou me estender em relatos. Farão com certeza comentários sobre o final de semana melhores do que os que eu poderia fazer. Sem contar que, preciso confessar, fico temeroso de que a qualquer momento um guarda apareça e diga que os comentários sobre o final de semana são apenas para os animais silvestres (*piadinha interna*)! De qualquer maneira, foram dias maravilhosos!!!



E não há como não comentar o mimoso presente que ganhamos dos queridos Mindu e Aventura. Acho que expressa bem esses momentos tão alegres e prazerosos. Obrigados, meninos! Ficamos -- não tenham dúvidas -- emocionadíssimos! Ah, também não posso deixar de comentar que as referências recebidas sobre o Mindu de maneira alguma eram exageradas. Fico feliz que duas pessoas tão maravilhosas estejam juntas!



Pois é, gente... No final, só resta perguntar: E aí, quando será a próxima???

=D

agosto 01, 2007

7 Maravilhas do Rio

Fiquei sabendo neste domingo que o jornal O Globo está realizando um concurso para a eleição de 7 maravilhas do estado do Rio de Janeiro (As 7 Maravilhas do Rio). As votações serão divididas em dois turnos. No primeiro, os eleitores escolherão entre 30 candidatos a maravilhas; no segundo, votarão nos 15 finalistas. Cada eleitor vota em 7 candidatos (mesmo esqueminha da eleição das novas maravilhas do mundo). O site para a votação é http://www.7maravilhasdorio.com.br/ e o resultado final sai no dia 23 de setembro.

Eu, que adoro essas coisas de enquetes, votações etc., já peguei minha canetinha e fiz uma prévia de meus votos no próprio jornal, e ontem confirmei pelo site meus escolhidos. Como eu aposto que estão todos curiosos (!), vou listá-los abaixo:


1. Centro Histórico de Paraty



Para mim, esta é a maravilha das maravilhas do Rio de Janeiro! Sua arquitetura colonial, de inícios do século XIX e suas simpáticas ruas estreitas com calçamento "pé-de-moleque" dão um charme todo especial à cidade.

2. Arcos da Lapa

Com sua construção finalizada no século XVIII, o outrora Aqueduto da Carioca, construção que ia do Morro de Santa Teresa ao Morro de Santo Antônio, conhecido atualmente como os Arcos da Lapa, abastecia a cidade do Rio de Janeiro levando de Santa Teresa as águas do Rio Carioca. O principal ponto de chegada dessas águas era o atual Largo da Carioca, no Centro da Cidade. Existiam outros aquedutos menores, mas este é o único que restou de pé (pelo menos no Centro do Rio). Já há mais de um século sem a sua função original, hoje o antigo aqueduto serve de passagem para o bonde de Santa Teresa (que passa por sobre os Arcos), o único bonde ainda em atividade no Rio de Janeiro. Os Arcos abrigam ainda sob os pés e em suas redondezas uns dos pontos mais ecléticos da noite carioca.

3. Praia de Ipanema

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"Pra você eu escrevo um poema
Que fale sobre os seus encantos
Que fale sobre o céu de Ipanema
Que fale sobre a pele morena
Que me faz sonhar acordado
De frente pro mar"
Seu Cuca

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Já dizia Tom Jobim que não se conhece a felicidade sem se morar em Ipanema. Cenário da Bossa Nova e ponto de passagem/chegada de blocos de carnaval como Simpatia é quase amor, Que merda é essa? (meu preferido!) e Banda de Ipanema, para mim a praia de Ipanema é a mais bela das praias da Zona Sul carioca.

4. Restinga da Marambaia




A Restinga da Marambaia é um território ao sul do estado sob proteção da Marinha e do Exército. A parte sob a jurisdição da Marinha é conhecida como Ilha da Marambaia e é dela que eu vou falar aqui. Quando eu era pequeno, costumava ir muito a essa ilha. Era um lugar que mexia muito com o meu imaginário. Lá não existe comércio e, além das instalações militares, há várias casinhas que não sei para que servem, mas que naquela época nos hospedavam!!! Mas o que revirava a minha imaginação era a senzala que ainda existe na Ilha, ou melhor dizendo, os resquícios de uma senzala que lá existia no século XIX. Digo resquícios porque infelizmente a senzala nunca foi tombada, nem pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ou pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), como o nome sugere, órgãos, respectivamente federal e estadual, de proteção e preservação de nosso patrimônio histórico e artístico. Daí o prédio já sofreu várias intervenções tanto externas quanto internas. Há alguns anos atrás, quando eu costumava freqüentar a Ilha com a minha família, apenas a primeira parte da senzala era ocupada como restaurante. As outras partes eram vazias e me davam um certo arrepio, ao mesmo tempo que me chamavam MUUUUUUUUUITO a atenção. Hoje essas partes são ocupadas com o Hotel de Trânsito, que abriga militares e seus familiares em passagens pela Marambiaia. Para completar o cenário que mexeria com a cabeça de qualquer criança, logo na frente da senzala existe um casa encoberta por raiz e tronco de uma árvore, bem no caminho para um piscina de pedra que recebe constantemente água vinda de uma pequena cachoeira. Eu poderia ficar falando e falando de váááááááários outros aspectos do lugar, mas não é o momento mais apropriado e a descrição desse candidato já foi bem extensa!!! Realmente um lugar completamente encantador!

5. Igreja do Outeiro da Glória

Localizada no Outeiro (um pequeno monte) da Glória, foi a igreja em foi batizado D. Pedro II e, se não me engano, D. Maria da Glória, filha mais velha de D. Pedro I que viria a ser aclamada D. Maria II de Portugal. Construída em formato octogonal (se não me engano, existem pouquíssimas com esse formato pelo Brasil), além de a igreja ser um charme, lá de cima temos uma belíssima vista da Baía da Guanabara, do Centro da Cidade, do Aterro do Flamengo e da Praça Paris! Os arredores da igreja também são um capítulo à parte. As pequenas ruas do bairro, cheias de subidas e descidas quase desertas, fazem-nos sentir como se nem estivéssemos no Rio de Janeiro.

6. Jardim Botânico
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Implantado pelo príncipe regente D. João (futuro D. João VI) quando de sua chegada ao Brasil, sob o nome de Jardim da Aclimatação, sua função era aclimatar plantas de origem oriental. O Real Horto, já existente antes da chegada de D. João à América serviu de embrião e base para o Jardim criado pelo Príncipe. Hoje é, sem sombra de dúvidas, um dos lugares mais aprazíveis do Rio de Janeiro. Seu orquidário, seus jardins e suas imponentes palmeiras imperiais dão todo um clima a mais ao parque, que, na verdade, não é bem/apenas um parque, mas um instituto de pesquisa aberto à visitação.




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7. Lagoa Rodrigo de Freitas

Para ser extremamente sincero, não foi sem enormes dúvidas que dei o meu último voto. Acabei escolhendo a Lagoa Rodrigo de Freitas. Localizada à Zona Sul do Rio, é onde tem aquela famosa Árvore de Natal da Lagoa (o nome oficial dela é Árvore de Natal da Bradesco Seguros, mas só o Bradesco a chama assim...). É um lugar ótimo para se fazer passeios em manhãs de domingo com caminhadas, passeios de bicicleta e de pedalinho pela própria Lagoa.



Como eu ia dizendo, este meu último voto, o da Lagoa, ficou dividido entre vários candidatos, dentre os quais, a belíssima Quinta da Boa Vista (outrora morada de D. João VI, a D. Pedro I e a D. Pedro II e onde atualmente estão o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional), o Museu Imperial de Petrópolis (antigo palácio de veraneio de D. Pedro II e da Família Imperial), a Igreja da Candelária e o Theatro Municipal.

E você? É do Rio? Conhece o Rio? Vê o Rio pela televisão? Na sua opinião, quais são as 7 maravilhas que oferecemos ao mundo e a nossos visitantes? Se estiver de bobeira e quiser participar ou se quiser apenas saber quais são os outros fortíssimos candidatos: http://www.7maravilhasdorio.com.br/.

julho 23, 2007

Sobre um lugar tri-legal, tchê!

Como muitos sabem, há aproximadamente um ano atrás estive em Floripa. Como muitos sabem também, nunca foi segredo o quão detestável foi a minha experiência com a Ilha de Santa Catarina. Não pela cidade, que é linda. Não tem sujeira ou pichações. É um mimo de cidade. Mas as pessoas... Não são simpáticas, não nos atendem direito no comércio, não respondem a “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”, nem a “obrigado”. São preconceituosas e, principalmente, pouco, melhor dizendo, nada receptivas. Não volto com dinheiro do meu bolso, nem recomendo.

Ontem cheguei de uma viagem de uma semana ao Rio de Grande do Sul. Fiquei com o pessoal da universidade hospedado em Porto Alegre e participamos de um evento em São Leopoldo, cidade mais ou menos próxima de PoA. O hotel em ficamos, no Centro da Cidade, não ficava com certeza nos lugares mais nobres. Próximo à zona de prostituição, era um típico Centro de cidade, com tumulto na rua, sujeira, pichações e desorganizações. Ainda assim, adorei a cidade! As pessoas são educadas, atenciosas, prestativas, interessadas, hospitaleiras, receptivas, bem articuladas, solícitas. Todos os adjetivos que há de melhor eu poderia usar para o pessoal com que tive contato nesta última semana. Mas, por mais que Porto Alegre tenha mais clima de cidade grande que Floripa, o ritmo de vida não é como o do Rio ou de São Paulo, por exemplo.

Alguns mitos foram derrubados nesta semana. Porto Alegre não é uma cidade tão limpa como dizem ser as cidades do Sul. Digo isso, comparando-a com Curitiba e Florianópolis. Não há lixeiras espalhadas pela cidade. Ainda assim, ganha em limpeza do Rio de Janeiro, que tem uma lixeira a cada esquina, ou algo próximo a isso. E, por mais educadas que sejam as pessoas, os gaúchos da capital não dirigem muito bem! Hehehehe A impressão que tive é que, quando fazem curvas, em vez de frearem, aceleram. E muitas vezes há um sinal de trânsito apenas para vários cruzamentos. Tirando isso, a cidade é maravilhosa! Me amarrei mesmo na cidade!!!

Se me permitem mais uma comparação com a minha nefanda experiência catarinense, come-se bem em Porto Alegre, ao contrário do que acontece em Floripa (o sal e o tempero não chegaram lá, acredito). E principalmente: a comida não é cara.

Muito ouvimos falar de separatismo do Sul em relação à Federação. Não vi muito disso, não. Pareceu-me, sim, que, se há algo, deve ser como o pouquíssimo expressivo movimento Guanabara Já aqui no Rio, que visa à (re)criação do Estado da Guanabara, formado apenas pela Cidade do Rio de Janeiro, enquanto os outros municípios continuariam sendo o Estado do Rio de Janeiro. O que encontrei lá, isso sim, foi um fortíssimo sentimento de pertencimento entre eles. Não sei a palavra nativismo pode ser usada, mas é algo muito próximo disso. Nos dias que seguiram o terrível acidente da TAM em São Paulo, as pessoas, pelo menos aquelas com que tive contato, demonstraram-se bastante sentidas com o ocorrido e até nossa volta ao Rio, as bandeiras permaneceram a meio-mastro.


Sobre o tão famoso frio do Rio Grande do Sul? Bem, pelos relatos, ele passou por lá na semana anterior à nossa chegada. Tudo bem que fomos preparados, mas não superou o desesperador frio que conheci em Florianópolis no ano passado. Conseguimos registrar termômetros marcando 1º C, mas sabemos que, descendo de Gramado para Porto Alegre, talvez tenha feito menos porque o frio dentro do ônibus era grande! Bem grande!!!



1º em Nova Petrópolis

Gramado e Canela: lugares encantadores!!! Não há como ir e dizer “não gostei!”. Pessoas educadíssimas e simpáticas ao extremo! As cidades são uns mimos. Parecem cenográficas e a arquitetura é um capítulo à parte nelas! Ficamos espantados com a limpeza e conservação de um banheiro público de Gramado. Mais limpo e bonito do que o banheiro de muito shopping por aí! Até tiramos fotos!


Esculturas encontradas por toda a cidade de Canela


Arquitetura da via principal de Canela

Um nativo de Gramado disse que poderia acontecer de nevar por lá neste ano. Torcemos com todas as nossas forças para que isso acontecesse ainda durante a nossa estada no Rio Grande, mas infelizmente não foi dessa vez. Caso nevasse, já havíamos combinado de pegar o primeiro ônibus para a cidade e passar o dia lá! Gostaria de ter conhecido um pouco mais, tanto de Gramado quanto de Canela. Nossa passagem pela última foi muito rápida. Almoçamos e demos uma olhada por cima apenas. Em Gramado ficamos mais tempo até porque uma gurizada (dá pra sentir o sotaque =P) quis assistir ao Brasil X Argentina. É claro que eu fiquei no grupo que quis andar pela cidade!!! Onde já se viu? 26 horas de viagem em um micro-ônibus sem bagageiro, banheiro ou conforto para perder tempo assistindo a um jogo... Enfim... Tem gosto para tudo! Voltando: mas, por mais que eu tenha gostado e tirado fotos, chegamos lá à noite. E infelizmente as fotos de câmeras digitais durante a noite não são tão bonitas quanto as tiradas durante o dia... Mas valeu mesmo assim!

Loja de chocolates de Gramado e coreto na praça central de Gramado


Prefeitura de Gramado

Infelizmente não pude conhecer tudo o que queria de Porto Alegre. Ativemo-nos basicamente ao Centro da Cidade. Achei bastante interessante a disposição e proximidade de alguns prédios da administração pública. Ao redor da belíssima Praça da Matriz, encontramos o Theatro São Pedro (acredito que seja para eles como o nosso Theatro Municipal), o Palácio da Justiça, o Palácio Farroupilha (onde funciona a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul), o Palácio Piratini (sede do Governo do Estado), como o nome nos faz supor, a Catedral. Li em algum lugar uma definição bem interessante da Praça: centro político de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.


Praça da Matriz


Palácio Piratini

Palácio Farroupilha


Palácio da Jutiça

Catedral de Porto Alegre

Theatro São Pedro

Logo perto fica a Prefeitura de Porto Alegre e a Biblioteca Pública. Aliás, em termos arquitetônicos, Porto Alegre possui um conjunto que é um desbunde: a própria Prefeitura da Cidade, segundo nativos, recentemente reformada, o Mercado Público, onde encontramos vários artigos típicos e vendedores extremamente atenciosos e onde comprei várias cuias de chimarrão. Uma delas, por sinal, neste momento, está enfeitando a mesa do computador daqui de casa, que, por sua vez, está quase um delicioso depósito antropológico: temos nela um barquinho de madeira de Paraty, uma namoradeira baiana e agora uma cuia de chimarrão! Barbaridade!

Prefeitura de Porto Alegre e Mercado Público

Quando forem a Porto Alegre, não deixem de assistir pelo menos duas vezes ao pôr-do-Sol às margens do Rio Guaíba. É lindíssimo! Um encantador espetáculo comparável ao pôr-do-Sol do Arpoador! Além disso, dá ótimas fotos! Acredito que eu tenha sido privilegiado em parte por ter ido a PoA no outono. O cair do Sol atrás das montanhas deixam um borrão magenta no céu e um rastro dourado nas águas calmamente tremuladas do Guaíba.


Trilhos que beiram a margem do Rio Guaíba

Pôr-do-Sol no Rio Guaíba

Pôr-do-Sol no Rio Guaíba


Pôr-do-Sol no Rio Guaíba

O lado ruim da viagem foi estar sozinho em uma cidade desconhecida. A saudade foi grande. Entre uma lágrima e outra, a vontade de voltar pra casa era enorme, mas descobri que uma semana passa voando e, quando cheguei aqui e vi aquele sorriso encantador e sem igual vindo em minha direção, achei até que a saudade valeu a pena! Estar longe de casa, com saudade de alguém a quem se ama e não poder desabafar com ninguém é muito ruim. É quase desolador estar em meio a amigos, a pessoas de quem gostamos e ainda assim sermos tomados de solidão. É quase um paradoxo. Acredito que a língua inglesa, por mais pobre que seja (que me perdoem seus admiradores, que costumam taxá-la de prática, mas ninguém me convence do contrário), expressa isso em duas palavrinhas distintas: é a diferença entre o estar lonely e o estar alone. Resultado: acabei saindo do armário para uma amiga muito queria. Foi engraçada a reação dela. Não pudemos conversar direito, mas só de poder confiar em alguém e poder ser um mais eu mesmo me fez sentir mais leve e melhor. Mas isso é coisa para um outro bate-papo.


Pensando adivinha em quem no pôr-do-Sol do Guaíba

Como este relato já tem duas páginas e meia de Word (mas isso é um relato de viagem, né, gente!!! =P) não vou me prolongar mais! Recomendo que conheçam Porto Alegre e outras cidades gaúchas também. Não consegui falar tudo o que queria, mas optei por não dividir o relato em vários pedaços porque não sei se eu teria paciência para escrever sobre isso muitas vezes. E como a minha assiduidade neste blog é duvidosa...

Bah, é isso! Conheçam Porto Alegre. É uma cidade tri-legal, tchê! Garanto que nenhum capuccino vai ser tão gostoso quanto aquele que vai tomar no gostoso frio gaúcho.