janeiro 03, 2006

Enfim ele chegou!


Festa de Iemanjá na Bahia

Pois é, minha gente! Enfim ele tá aí... 2006,
belo e formoso, o sexto ano do século XXI!
A minha passagem de ano foi... tranquila.
Bem família, pessoas muito legais e especiais,
num lugar super-legal, mas um pouco
cansativa. Levar aquela comidarada e aquele
monte de coisas pra praia foi
compliqué. Tá
pensando o quê? Farofa na praia cansa!
=P



Mas é claro que rolou toda
aquela coisa maravilhosa de
jogar palmas pra Iemanjá!
Sabe, pessoas... Estava
pensando... Que coisa
maravilhosa é todo esse
sincretismo religioso,
não é
mesmo minha gente
? Nos
últimos dias do ano,
especialmente no dia 31 de
dezembro, o que mais
vemos aqui no Rio é a
galera toda empolgada, de todas as idades e
camadas sociais, vestida de branco, lépida e
fagueira, indo jogar, ou melhor, oferecer
flores a Iemanjá. Flores como oferenda para
agradecer à
Rainha do Mar pelas coisas do
ano que passou e renovar os pedidos para o
ano que se aproxima. Bem, para quem não
sabe, Iemanjá é considerada rainha do mar
pelos cultos africanos, a mulher de Oxalá,
líder dos Orixás, deuses africanos. Aprendi
que ela corresponde à Nossa Senhora da
Conceição no catolicismo, mas já vi outras
denominações. Bem, se levarmos em conta
que aqui no Rio Oxossi é São Sebastião e
Ogum é São Jorge e que na Bahia Oxossi é
São Jorge e Ogum, São Sebastião, fica mais
tranquilo de entender essas
diferençazinhas! =P


Mas, então, minha gente, como eu ia dizendo,
como é linda toda essa coisa sincrética, né?
Pessoas levando oferendas a Iemanjá,
jogando palmas brancas, amarelas, violetas,
vermelhas e de todas as cores imagináveis
(nesse mundo transgênico, cada ano tem mais
cores diferentes!). Eu mesmo joguei, uma
amarela, uma branca e uma violeta! =D



Umbanda nos festejos de Iemanjá, Rio de Janeiro

No dia 31 à noite, o que mais reparei à meia-
-noite, quando fui pra beira d'água foi
pessoas fazendo o
sinal-da-cruz e jogando
as flores pro mar. Gente! Que coisa
encantadora isso,
não é mesmo? Não sei se
dá pra entender o que quero dizer, mas acho

fascinante
essa mistura de crenças, tão típica
da religiosidade brasileira. O sujeito reza um

Pai Nosso
e oferece agrados a uma deusa
africana (tá certo que abrasileirada,
misturada ao folclore e mitologia nacional,
mas, ainda assim, proveniente da África!).
Longe de achar um absurso, acho isso
fantástico e riquísismo! Garanto a vocês que
é um espetáculo único!
=P



Lavagem da escaria da Igreja do Bonfim em Salvador
por baianas do Candomblé


Toda essa coisa de Pai Nossos, sinais-da-cruz,
palmas pra Iemanjá e pessoas entoando
pontos (músicas) em homenagem à Orixá com
alegria, enquanto pulavam as ondas, é tão
empolgante que deu até vontade de dar o
primeiro "trago" a Exu, segundo Jorge
Amado, "orixá dos mais importantes na liturgia
dos candomblés, orixá do movimento, por
muitos confundido com o diabo no sincretismo
com a religião católica, pois ele é malicioso e
arreliento, não sabe estar quieto, gosta de
confusão e de aperreio." Bem, na verdade,
não entendo nada de Candomblé, mas gostei
desse trecho e acho que ele explica muito o
orixá Exu. Na Umbanda, a abordagem da
figura do Exu é bem diferente. Mas isso é papo
pra outro dia. Enfim... Como disse, com toda
esse mix cultural-religioso, deu até vontade de
jogar champanhe pra Exu, que bebe cachaça,
na verdade! Hehehe. Momentos de
empolgação... Sabem como é, né?


Mas, então, né, minha gente, espero que
todos tenham tido uma entrada supimpa em
2006 e, mesmo que não tenha sido tão supimpa
assim, espero que todos tenham um ótimo ano,
repleto de realizações. Se não for tão repleto
assim de realizações, desejo que tenham pelo
menos alegria, saúde, serenidade e muito
lirismo e delicadeza! Que Iemanjá traga coisas
maravilhosas para todos nós!


Amém! =P