novembro 20, 2005

E você, o que você faria?



Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2005. 01:30 AM.

É isso aí. Imaginemos que você esteja em seu
apartamento em uma bela madrugada de sábado pra
domingo e à 1:30 da madrugada a sua campainha toca.
perguntava Lenini o que você faria se só te restasse
um dia? Correria pra um shopping? Pra uma academia?
Dinamitava meu carro? Entrava de roupa no mar? Ou,
quem sabe, parava o tráfego e ria? Seguindo, então, a
linha do Lenini, eu é que pergunto: o que você faria?

Bem, pessoas paranóicas, como eu, já pensariam logo
em um assalto (como se um bandido pudesse tocar a
minha campainha e pedir gentilmente para assaltar
minha casa). Outra possibilidade que passou pelo meu
Fantástico mundo de Bob (não, eu não tenho aquele
cabeção =/) que um morador do prédio da frente
pudesse estar batendo à minha porta. Por que um
morador do prédio da frente? Bem, voltemos a
imaginar: você tem uma janela ENORME com prédios
ENORMES na frente de frente pra você. À noite, no
escuro, você não consegue ver quem, dos milhões de
andares do edifício da frente, está te olhando. É, no
mínimo, assustador. Junte a isso, experiências
desagravéis como um vizinho gritando por você estar
andando pelado em casa, ou uma vizinha maluca - que
você não conhece, nunca viu mais gorda - que tenta se
comunicar por gestos, ou ainda - exemplos não faltam
e este é o melhor - você receber uma ligação do
vizinho da frente pedindo que você feche melhor suas
percianas porque, da varanda dele, o sujeito consegue
acompanhar picantes momentos íntimos seus. Ué,
como o sujeito conseguiu o meu telefone??? Pois bem,
se você não está pensando que eu moro em um
cortiço, pelo menos já foi o bastante pra perceber que
a minha janela é um verdadeiro Big Brother. Ao menos
uma mente como a minha acharia...

Pois bem, voltando à campainha, alguém bate à 1:30
da madrugada à sua porta. Um bandido? Más notícias?
(Mais) um vizinho maluco? Um vendedor de Bíblias?
Alguém para comentar que Elvis não morreu? Pois é,
depois de passar tudo isso pela minha cabecinha insana
(acho que tão insana quanto a dos vizinhos da frente
=P), de o Ricardo não reconhecer a pessoa pelo olho
mágico e de eu implorar (bem, se não implorei com
palavras, pelo menos o fiz em mente =P) pra que o
Ricardo, de cueca - imaginem a cena - não abrisse a
porta, lá estava ele... o vizinho da frente, não o do
prédio da frente, mas o do apartamento da frente
mesmo, só pra avisar que eu tinha deixado a chave
pro lado de fora da porta. ¬¬

Agora eu te pergunto, amigo leitor, se é que ainda tem
alguém lendo isso: é justo uma pessoa fazer uma coisa
dessas? Você cria expectativas, fica nervoso, quase se
joga pela janela e o cara propõe um anti-clímax
desses. Pelo menos se fosse o vendedor de Bíblias...

Pois é, tanto barulho pra nada, né? Mas vai dar mole?
Experimenta morar no Rio de Janeiro com uma janela
que mais parece um Big Brother.

E, de resto, vamu querer, neh?