dezembro 27, 2006

Sobre torrenciais chuvas de dezembro e devaneios de fins de ano



Não sei o que acontece com este mês de dezembro.

Muitos atribuiriam a grandessíssima quantidade de chuvas, maior do que em outros dezembros, ao natural calor destas paragens dos Trópicos; outros, talvez, mais alarmados -- não sem razão -- falariam da poluição e desequilíbrio da temperatura global.

Carregadas nuvens cinzentas têm constantemente, quase diariamente, escondido o Sol, mas sem que ele perca a sua graça e a sua viva alegria. Por entre elas, carregadas nuvens cinzentas, o céu azul cortado por pipas de todas as cores. Mas ainda assim, muitas chuvas, chuvas além das tradicionais e torrenciais águas de dezembro.

Eu, cá com meus pensamentos e devaneios, não fico nem com a hipótese de natural estação das chuvas nem com super-aquecimento global. Prefiro apostar que seja o nefando ano de 2006 sendo levado embora à força. É isso. 2006 sendo arrastado por torrenciais chuvas de dezembro -- em dose extra! -- e limpando o ambiente para um belo, alegre e novíssimo ano que está para nascer.

É isso. Que venha 2007! Carredas nuvens cinzentas preparam o alvorecer de um novo, belíssimo, festivo e festejado ano. É isso! Que venha 2007!
=P

dezembro 20, 2006

Querido Papai Noel,

sei que demorei um pouco a escrever a minha cartinha de Natal. Faltam apenas cinco dias, mas acho que, com toda a velocidade das comunicações do século XXI, ainda há tempo de o senhor recebê-la.

Não fui um menino dos piores durante o ano. Fui estudioso, cumpri com meus deveres e me esforcei ao máximo que pude para conter meu temperamento ácido e, às vezes, tomado por arrogância. Mas Deus -- bem como também o senhor, acredito -- sabe dos meus reais pensamentos e sentimentos e sabe que, se não consigo ser um exemplo de compreensão e paciência, não sou das piores pessoas.

O meu pedido? Apenas um. O senhor bem sabe qual é. Sei que não é dos menores, mas não lhe tomará espaço no trenó. Imagino que ele já deve estar cheio com outros pedidos prudentemente enviados com antecedência. Muitos, certamente, até mais nobres e merecedores que o meu.

Mas, ainda assim, aqui está a minha cartinha. Se mesmo assim não puder me ajudar, eu entenderei; e vou tomar como presente de Natal ter ao meu lado minha saudável e alegre família e, por mais um ano (dos inuméraveis futuros anos), alguém que me ama e a quem eu amo irremediavelmente, além de saúde e disposição para continuar(mos) perseverando.

Obrigado e um Feliz Natal,
Leandro!

dezembro 05, 2006








enhor,


passados sete meses completos -- e mais doze dias
-- de minha permanência neste longínquo e atrasado Regnun Berbero, volto a escrever à Vossa Majestade, que Deus guarde, para pedi-lo mais uma vez a graça de retornar a nossa amada Cristande Ocidental, onde o Sol da sabedoria e das luzes das ciências nunca se põe.

Nestes setes meses tenho a certeza de ter exercido com minhas maiores forças a tarefa de fazer propagar as ditas luzes de nossa amada e exuberante Cristandade, mesmo que o alcance de meus esforços não tenha logrado vastos resultados.

Apesar disso, senhor, mais uma, como vosso fiel súdito e vassalo coloco-me aos vossos pés a peço à vossa real benignidade, como Fidelíssimo príncipe cristão que sois, permita-me o regresso ao vosso reino cristão juntamente com o nobilíssimo Cavaleiro Cosmopolita.

Esta Província Mikaela, como todas as províncias deste Regnun, vive na maior das barbáries; e já não possuo forças, senhor, para aqui continuar. Aqui não há poesia, Majestade. Aqui não há bossa nova. Nem água para nosso consumo.

É com muito pesar, apesar de exaltar a todo o tempo o bem servir do Estado, que sinto este ano esvair e o próximo chegar sem que previsões de retorno à Corte. Não tenho mais forças. Não sei o quanto mais aguentarei nestas terras incultas e incautas, senhor. Aqui não há bossa nova, senhor. Aqui o Sol não nasce.

Que Deus guarde Vossa Majestade, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d'aquém e d'alem mar em África, Senhor de Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia etc.

Desta Província Mikaela, neste Regnum Berbero,
hoje, terça-feira, aos 5 dias de dezembro de 2006.

Seu fiel súdito, que tanto vos venera e admira.