outubro 31, 2006

Eu vi Debret!


Vista do Parque das Ruínas

Sim, eu vi Debret! E só posso dizer que, se nos livros e reproduções são lindos, ver suas obras originais é MUITO MELHOR!! Além disso, todo o passeio é maravilhoso, a começar pelo bonde de Santa Teresa, que pegamos no Centro da Cidade, entre a Cinelândia e a Carioca. É esse o bonde que passa por cima dos Arcos da Lapa. Se o Rio de Janeiro é lindo de baixo, imagina visto por cima!

Para aqueles que não conhecem Santa Teresa, trata-se de um bairro carioca que não fica ao nível do mar. É todo formado por ladeiras, curvas, altos e baixos. Lá de cima, temos uma visão panorâmica maravilhosa da região central do Rio e da Zona Sul, partindo do relógio da Central do Brasil, passando pelo Passeio Público e pelos Arcos da Lapa, até chegar ao Pão-de-Açúcar.

Destaque especialíssimo vai para o Parque da Ruínas, a caminho do Museu Chácara do Céu, onde estão as obras de Debret. Seu nome é conseqüência das ruínas de um antigo casarão marcado por grandes bailes e encontros culturais promovidos por sua antiga proprietária no início do século XX. A mistura das ruínas com a intervenção contemporânea de arquitetos é coisa de louco. Acho que a imagem ao lado -- fotografia minha -- dá uma mostra desse patrimônio tão escondido do Rio de Janeiro. Vale a pena conferir, apreciar a vista deslumbrante e tirar belíssimas fotos!

Chegamos, então, ao Chácara do Céu. Para ser muito sincero, não me prendi muito às exposições temporárias ou a outras exposições permanentes que estivessem por lá, exceto pela exposição permanente sobre cultura brasileira. Meu objetivo, digo sem pudores, era ver Debret. É diferente ver a obra original pessoalmente. Sempre li sobre suas pinceladas rápidas, mas nunca pude reparar isso nas imagens dos livros. Ali, cara-a-cara, dava pra perceber suas pinceladas precisamente imprecisas. Pude até mesmo comparar o trabalho de Debret com de Rugendas, também artista europeu do século XIX, que deixou vários registros sobre o Brasil e a sociedade do fim do período colonial. Sim lá, também tem Rugendas. Até então eu possuía uma dificuldade imensa em diferenciá-los. Mas a maneira de pintar é totalmente diferente. Rugendas não tem esse toque de velocidade em sua obra. Seus traços são mais definidos. Ao lado, estou deixando uma obra dele, que, como Debret, também é figurinha certa nos livros didáticos.

Sim, eu sei que este post não deve estar dos mais agradáveis para aqueles que não gostam de pintura, história ou coisas do gênero. Mas eu precisava e queria falar sobre isso. Foi maravilhoso! O passeio valeu a pena demais, demais! Vi também Portinari e obras de outros tantos artistas. No fundo, no fundo, me dá um certo... Sei lá, algo como uma interrogação. É que eu não consigo entender muito bem como essas imagens tão maravilhosas, que, pra mim, dizem tanto -- TANTO! -- não tocam ou simplesmente não dizem nada a maior parte das outras pessoas. Viagem minha!
=)

outubro 30, 2006

LULA LÁ ! ! !









































Sim, eu tenho uma pá de motivos para ter votado nele. E votei. Tenho também dúvidas e ressalvas. Mas dei o meu voto de confiança a ele. H
oje, porém, deixo só as imagens.

O Brasil está livre de PSDB por mais quatro anos!

outubro 23, 2006

Vamos ver Debret?



Membro da Missão Francesa trazida ao Rio de Janeiro, Jean Baptiste Debret chegou ao Rio de Janeiro em 1816, cinco dias após a coroação do Príncipe D. João de Bragança, a partir de então, D. João VI. Sua obra é muito marcada pelo registro dos povos do Brasil. Debret retratou os costumes sociais e relações entre as diversas camadas da corte brasileira entre 1816 e 1831-- do Reino do Brasil (unido a Portugal e Algarves) ao fim do Primeiro Reinado do Império do Brasil -- e os usos e costumes das tribos indígenas. Através de seu trabalho, encontramos um Brasil com traços ainda muito marcantes de uma sociedade Antigo Regime.

Debret pintou também momentos marcantes do íncio do século XIX brasileiro, como, por exemplo, a aclamação de D. João VI, a consagração de D. Pedro I e a aclamação de D. Pedro II; além de prédios da capital do Brasil, como o Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, aqui no Rio de Janeiro.

Desde a última quinta-feira, está aberta, no no Museu Chácara do Céu (RJ), exposição com esboços de Jean Baptiste Debret, exibindo um belo lançamento de aquarelas e desenhos inéditos no Brasil. Trata-se do produto de uma obra recentemente lançada, "Caderno de Viagem", que é uma edição fac-similar, na íntegra, de um caderno de 66 páginas que se encontra depositado na Biblioteca Nacional da França. A maior parte das figuras são esboços feitos nas ruas do Rio de Janeiro por volta de 1820, e antecipam as imagens de "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil", publicado por Debret depois de seu regresso à França.

Mas ainda assim você não faz idéia de quem seja Debret? Faz o seguinte: dá uma olhadinha nas imagens deste post e veja se elas não lembram algo familiar, como aquele velho livro didático de História que você usou na escola? As imagens dele são figurinhas repetidas nos livros escolares para ilustrar temas como a escravidão, a sociedade colonial e seus costumes:





E aí, vamos ver Debret?

outubro 16, 2006

Segunda-feira



Depois de um linguííííííííííííííííííííssimo feriadão, a vida real continua...

That's all, Folks!
=)

outubro 09, 2006

"...quanto à corrupção, o exemplo vem de cima."


Praça dos Três poderes - Brasília

O que mais se houve falar por aí é de corrupção, falta de ética, prevaricação e "práticas" do gênero. Todos colocam o dedo na cara de políticos -- de TODOS os partidos, diga-se de passagem -- quanto a determinadas condutas. Mas eu pergunto, amiguinhos, até que ponto a sociedade brasileira tem moral -- essa palavra anda muito em voga, sabe... -- para reclamar de alguém?

Em um país em que se "molha a mão" do policial para se evitar multas ou receber algum tipo de punição por irregularidades em seu veículo; em um país em que, tendo um conhecido, consegue-se passar na frente na fila; em que, se você tem um outro conhecido, consegue acesso ao que os outros não têm acesso; em um país em que para tudo existe um "jeitinho" (os concursos para o Magistério no Grande Rio que o digam... Aqui vale a lei
quem não tem padrinho morre pagão...); em que para quase tudo se pode apelar pelo "caminho do descaminho", qual é a moral da sociedade para cobrar algo de alguém?

Gente, não é nenhuma novidade, ou não é difícil concluir que em nosso país, o pensamento individual predomina sobre o coletivo. Aqui nesse ponto dos Trópicos vale o que é melhor para si. E nessa onda do individual sobre o coletivo, o público é tomado como cabal extensão do privado. Sofismas do tipo "a rua é pública; logo, ela é de todos; logo, um pedaço dela é minha" não é incomum de se encontrar por aí! O público não é entendido como algo que deve ser usado por todos, ao qual todos têm direito, mas como um todo em que um pedaço é "meu", e com esse pedaço, "eu" faço o que quiser. Partindo dessa premissa, muitas pessoas já justificaram para mim, sujar a cidade, sujar as praias e depredar patrimônio público por aí. Estão fazendo usufruto de "sua" parte do público.

Daí eu volto a perguntar: o que é burocracia estatal -- e aí incluo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário? Por quem ela é formada? Por brasileiros, pessoas com características culturais comuns a todos nós. Até que ponto o seleto grupo não é um reflexo num panomarama macro do jeitinho brasileiro?

Vejam bem, não estou inocentando políticos de quaisquer de possíveis atos sujos, mas acredito que o problema não seja tão simplista quanto tentadoramente parece -- ou podemos fazê-lo parecer -- ser. É fácil jogar os erros do país nas mãos do outro. Claro que as conseqüências dos atos políticos em nível estatal podem ser -- e, na maior parte das vezes, são -- maiores na vida do país. Mas ainda assim defendo que a classe política é um reflexo macro da sociedade nacional, uma sociedade dos "jeitinhos".

A educação, que deveria ser uma das peças importantes na formação do cidadão consciente, ou o mais próximo a isso, por mais utópico que isso pode parecer, não tem essa função no Brasil. Nossa Educação Pública... Não sei para que serve. Digo isso por experiência própria. Nossa Educação Privada... bem, esta gravita, como um satélite, em torno da indústria do vestibular...

Ontem à noite, durante o debate dos presidenciáveis na Band, o candidato Geraldo Alckmin soltou a seguinte afirmação: "...quanto à corrupção, o exemplo vem de cima." Independentemente de minhas posições políticas, que me colocam muito longe deste candidato e deu partido, sua afirmação me deixou bastante pensativo. Foi dessa afirmação e de eu discordar dela que surgiu esse post. Até que ponto, nós, como sociedade, estamos isentos de responsabilidade por tudo o que acontece em Brasília? E não estou falando apenas de um voto errado, como querem alguns. Estou falando em uma moral torta, no reflexo em escala governamental do "jeitinho brasileiro".

E o que eu tenho a perguntar, no final, é: até que ponto a moral do brasileiro, nossa moral, é saudável o suficiente para pedir moral a alguém?

outubro 06, 2006

enhor,
não possuo nem palavras para me dirigir à Vossa Majestade, que Deus guarde. Supliquei ao senhor, justíssimo e amabilíssimo Príncipe cristão, levasse-me dessa terra bárbara, inculta e incauta.

Volto, senhor, como fiel súdito e vassalo, a implorar à Vossa Real Pessoa deixe-me retornar à nossa amada Cristandade Ocidental, juntamente com o nobilíssimo Cavaleiro Cosmopolita.

Acabamos de sofrer uma invasão de baratas -- animais primitivos, feios e sujos, próprios dos lugares mais atrasados deste Regnum -- comparável apenas à devastadora invasão francesa de Duguay-Trouin, de 1711, ao Rio de Janeiro, capital de vossas terras em América. Nossas tentarivas de combatê-las parecem ser apenas vãs e pueris medidas contra inimigos tão desleais e bárbaros,
inimigos que vivem longe das luzes de nossa bela e florida civilização cristã-ocidental. Por isso, senhor, pedimos clemência.

Rogamos pela benevolência de Vossa Majestade como Senhor da Graça. Por favor, senhor, permita-me retornar a Vosso Cristão Reino com o nobilíssimo e digníssimo Cavaleiro Cosmopolita, colocando-me sempre à disposição do bem servir à Coroa.

Que Deus guarde Vossa Majestade, por graça
do mesmo e único Deus, Rei de Portugal e dos Algarves d'aquém e d'alem mar em África, Senhor de Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia etc.

Seu fiel súdito, que tanto vos venera e admira.

______________________________________
______________________________________
Aproveitando o ensejo e mudando de assunto...
Aproveitando o ensejo da política nacional e fluminense, achei super pertinente essa charge e esse textículo, capas do JB daqui do Rio de ontem, mesmo a Frossard e seu comparsa já estejam amiguinhos de novo:

Minueto
no Rio


Garotinho gosta
de Cabral,
que gosta de Lula,
que não gosta
de Alckmin,
que passou a gostar
de Garotinho,
que detesta Cesar
Maia e Denise,
que já não gostam
mais de Alckmin

outubro 03, 2006

Please don't take a picture. It's been a bad day...



Meus últimos dias têm sido uma sucessão de maus humores e, no final das contas, o meu blog acaba parecendo um show de horrores, repleto de reclamações e coisas do gênero. Sim, eu sei...

Eu não sei o que tem acontecido, mas meus últimos dias realmente não têm sido agradáveis. Acho que a lua deve estar em Capricórinio, ou o Plutão deve estar em Libra, ou ainda qualquer coisa dessas que os horóscopos dizem a torto e à direita, mas que ninguém entende, sabem?

Sei que não há nada pior do que blogs com sucessivas reclamações. Tem uns que parecem espaços virtuais próprios pra reclamações do seu autor. Mas não é essa a intenção desse blog! Portanto, meu próximo post não será de queixa, nem sobre decepções políticas, nem de desabafo quanto à falta de água. Esse é o meu compromisso com vocês!

** Deu pra sentir o tom eleitoral aqui? Mas não se preocupem, não vou pedir seu voto...=) **

Tomara que amanhã as coisas estejam melhores... E, como diria, nossa amiga e musa, Xana: "Vamos se alegrar!"

outubro 02, 2006

Piadas eleitorais

Não tenho nem palavras pra expressar a minha decepção. Vamos lá:

1 - A maior de todas: Francisco Dornelles eleito Senador pelo Rio de Janeiro; Jandira Fehgali em segundo lugar... Dornelles foi membro da ditadura militar, ocupando cargos. Em sua página na internet -- e lá está para quem quiser ver -- consta que sua principal base social é o empresariado, ao contrário do que mostrava em suas propagandas políticas, nas quais dizia-se defensor incondicional dos direitos dos trabalhadores. Ora, como é que se tem como principal base eleitoral o empresariado e se governa defendendo décimo terceiro, férias remuneradas, licenças etc? Durante a Constituinte -- pois é, aquela que formulou a nossa atual Constituição, a de 1988 -- sua participação foi marcada por posições contrárias aos direitos trabalhadores;

2 - O maior choque: Fernando COLLOR de Melo (!!!) foi eleito Senador por Alagoas. Dispensa maiores comentários;

3 - Eurico Miranda, sim, aquele picareta, pilantra e descarado, candidato a Deputado Federal, recebeu nada menos que 30.531 votos. Pessoas Sabem qual era o carro chefe da campanha dele? "Comigo em Brasília, ninguém mexe com o Vasco!" Pessoas, pelo amor de Deus, isso é prosposta que alguém deva apresentar??????????? Defender os interesses de UM time de futebol? Nem que fossem todos eles ao mesmo tempo! Mas, claro, existem tão poucas coisas a serem feitas pelo país, em especial pelo Rio de Janeiro, que não é um estado totalmente quebrado. Não, ele não foi eleito por questões de tamanho de partido e tal, mas recebeu 30.531 votos!;

4 - Eleições presidenciais, mas estas merecem post à parte.

É isso!
Abração!
Rumo ao segundo turno... =(